A avaliação de quem vem à consulta, o Paciente, é um procedimento que toma algum tempo.
A maneira de fazer essa avaliação depende um pouco do estilo de cada terapeuta.
Um bom procedimento é reservar tempo maior para os pacientes em primeira consulta, ao redor de duas horas. Com esse tempo maior, é possível muitas vezes, já ao fim dessa primeira consulta, formular uma opinião razoavelmente bem fundamentada de qual seja o problema do paciente.
Em geral, começamos esclarecendo o Motivo da Consulta – qual assunto ou problema motivou - ou empurrou – o paciente para a consulta.
É necessário termos uma opinião razoavelmente segura de como está sendo o Funcionamento Cerebral do paciente – até que ponto é necessária uma investigação mais minuciosa do funcionamento do seu cérebro e sistema nervoso central.
Alterações “emocionais” em geral são relacionadas a situações na vida do paciente, mais recentes ou mais antigas – e isso é o escopo da Psiquiatria;
Contudo, também acontece que modificações da aparência e comportamento da pessoa muito semelhantes a essas “manifestações emocionais” sejam devidas a perturbações mais grosseiras no cérebro, tais como um tumor, ou alterações degenerativas – o que é o escopo da Neurologia. Para esclarecer isso, contamos com os procedimentos da Avaliação Neurológica feita pelo próprio psiquiatra ou com o auxilio do neurologista.
É necessário também o terapeuta ter uma opinião bem fundamentada de como está o funcionamento dos outros órgãos do corpo – para avaliar a possibilidade de que as queixas do paciente, embora referidas ao funcionamento emocional – supostamente queixas da área psiquiátrica – sejam resultado de mau funcionamento de outros órgãos do paciente; muitas perturbações corporais não cerebrais podem provocar sintomas na esfera psíquica - por exemplo, problemas de tireoide, as anemias, o diabete e a fase inicial de tumores.
Se o examinador, concluída a sua avaliação, considera que as queixas do paciente não são por mau funcionamento "grosseiro" - como um tumor - do cérebro ou de outras partes do organismo, mas são realmente do âmbito da Psiquiatria, cabe estabelecer com o paciente o Plano de Tratamento. Esse tratamento incluirá - ou não - de medidas de psicoterapia (psicanalíticas, comportamentais ou outras) e o uso de medicamentos.
Para o uso de técnicas de Psicoterapia cabe obter informações mais minuciosas sobre o funcionamento emocional (ou mental, ou psiquico) do paciente.